SONHO REALIZADO!

Desde criança quero conhecer a neve. Nunca imaginei que seria na Austrália onde todo mundo fala das praias e surfistas, mas já estou acostumada que comigo as coisas acontecem de forma ‘um pouco’ diferente do habitual.


Bom, vamos do começo.

PASSO 1: chegar no lugar. Destino Perisher Blue. Foram 6 horas de viagem ate chegamos na cidade de JINDABYNE. Já era mais de meia noite, afinal saímos de Sydney numa sexta-feira no horário do rush (acho que em todo lugar no mundo sexta feira as 5 e meia é complicado).

Ao chegar na cidadezinha paramos no posto de gasolina que tinha a loja pra alugar os esquis. Eu tive que alugar roupa e comprar óculos tbem. O primeiro desafio foi aceitar que era necessário alugar uma roupa que claramente não é lavada desde que saiu da fabrica. Mas ok, era necessário, e depois que se chega la percebe-se que é na verdade vital. Alugamos botas tbem, afinal era preciso para esquiar. Prendi o meu dedo tentando entender a trava da bota. O que foi ótimo, percebi que era hora de começar a tomar cuidados. Para escolher os esquis eu precisei me pesar, o que não foi legal pois a informação foi pra um papel que ficou no nosso armário (pra não trocarmos os equipamentos). Depois de ver o preco da brincadeira incorporei papai e pechinchei ate ganhar uma toquinha, vermelha, pra combinar com minha roupa. Não foi tão difícil considerando que os vendedores estavam nitidamente chapados.

Continuamos o caminho, agora com 3 eskis, uma prancha de snowboard 6 botas e muito cansaço dentro do carro. Chegamos na estação de trem. So a gente. Pegamos o trem com todo o equipamento pra chegar na montanha (onde era nosso hotel). Chega-se na montanha e o cara do taxi fala que de madrugada o preco ate nos deixar na porta do hotel (300m de distancia) era o dobro. Ficamos putos, mas não tinha opção. Chegamos no hotel e não tinha ninguém acordado, demorou ate encontrarmos o quarto que era do lado de fora da recepcao. Na verdade era um chalé pra 8 pessoas MARAVILHOSO (duplex), e da varanda era possível ver a montanha mais alta. A lua estava tão perto da montanha que parecia possível pega-la no teleférico. O céu tinha tanta estrela q estava tocando a montanha. UM SONHO, pena que não tínhamos nenhum profissional pra registrar essa foto.

Fomos dormir eram 3 da manha, pra acordar as 7.

PASSO 2: se equipar pra finalmente tocar a neve. Coloca roupa normal, casaco, calca, luva, toca, óculos e bota pra andar como um pato. Fomos atrasados pra estação de trem pra irmos ate a montanha onde tinha a nossa aula marcada. FINALMENTE TOQUEI A NEVE (de madrugada no escuro não valeu). É A COISA MAIS LINDA DO MUNDO. E FRIA! CONGELANTE! (perdoe-me a redundância). Fomos andando como a elegância de um pingüim, carregando os esquis morro abaixo ate a estação de trem. Chegamos la, nos perdemos, ficamos confusos. Ninguém sabia explicar nada, uma zona. Criança correndo de roupinha de neve, a coisa mais fofa. Pegamos o trem ate a tal montanha que se chama BLUE COW (sim, o símbolo eh uma vaca azul muito engracado) pra aula o qual já estávamos atrasados. Lição 1 era colocar o esqui. Complicado, e perigoso, enquanto vc tenta colocar um pé perde-se o equilíbrio completamente. É irritante.

Depois de os dois colocados começa a aula. Ta, não preciso detalhar muito pois quem me conhece sabe que é bem obvio o tanto que esse esporte pode ser perigoso pra mim. Eu tentei. As pessoas foram continuar a aula e o professor mandou eu esperar pq não tava preparada pra ficar com um grupo grande e procuraria um professor particular pra mim. Fiquei no topo da montanha esperando alguém aparecer, tive ataques de gargalhada e deslizei ate a placa de ponto de encontro. Fiquei parada segura pela minha cabeça apoiada na placa. Gritei ate uma chinesa aparecer pra soltar meus pés do esqui. Mas antes, pedi uma foto, claro. Ela tirou um dos meus esquis e foi embora.....com o que sobrou da minha falta de equilíbrio eu tirei o outro. Larguei os esquis no chão feliz da vida, pois é um grande passo evolutivo reconhecer suas próprias limitações.

Enquanto o pessoal foi fazer o resto da aula eu fui tirar fotos, ver as pessoas. Como tem gente bonita numa estação de esqui. Que praia o quê, quer ver gente bonita vai pra neve!
Depois desci pra almoçar algo no chalé, comi, senti o calor da lareira e vi que no sofá batia um sol bem gostoso. Deitei, com a cabeça no sol e os olhos na montanha. Que sensação! Não é surpresa que passei o resto do dia por la ne, tava bem mais gostoso que passar frio, rs, e ainda tava curtindo o visual.

O pessoal chegou acabado, cheio de emoções das aventuras do esqui. O namorado de uma amiga (único homem na casa, e único australiano entre 7 brasileiras) fez um macarrão e fomos todos dormir.

Dia seguinte minha flatmmate não queria esquiar pois seu corpo todo doía. Fomos brincar na neve. Andamos de teleférico, paramos no meio da montanha, tomamos o melhor chocolate quente que já experimentei na vida, tinha gosto de brigadeiro. Pousamos pro pessoal do site, fotografamos as crianças brincando. Voltamos pro teleférico pra subir ainda mais alto. Chegando no topo nevava, era um frio absurdo, e tudo era branco. Acho que o céu deve ser assim, mas com temperatura ambiente, é claro.

***Maravilhoso!***

Descemos e continuamos as fotos, fizemos anjinho deitadas na neve (isso realmente fazia parte do sonho de infância) e como não podia faltar, a guerra de bola de neve. Tiramos foto com bonecos de neve alheios (da mto trabalho fazer aquilo) e pegamos as malas pra voltar pra Sydney.

No caminho vimos o lago de Jindabyne, e paramos pra almoçar na capital do pais: Camberra. Que é bem menos movimento que patos de minas. Horas depois tava em casa, morta de cansaço, com o budget bem mais reduzido que eu planejava, mas com sensação de dever cumprido.

Preciso dizer, realizar um sonho não tem preço:

• Conhecer a neve – check! ;)

PS. A FOTO NESTE POST É DA VARANDA NO CHALÉ.